terça-feira, 17 de janeiro de 2017

MILHETO

VITRINE FITOPATOLÓGICA DO MILHETO

(Fábio Fernandes e Rafael Peter Jacobowski Geier)

Para a semeadura da cultura, foram utilizados a cultivar ADR 300 da empresa Sementes Adriana. O tratamento de sementes (TS) foi feito com Standak Top 50ml por hectare (dosagem utilizada na cultura do sorgo), o espaçamento entre linhas é de 0,45m, com a profundidade de 2cm, sendo logo desbastadas deixando uma população de 20 plantas por metro linear.
No dia seguinte a semeadura foram instaladas as placas de identificação com o nome do material e tratamentos que serão trabalhados.
Após a semeadura foram realizadas diversas irrigações intercaladas, não havendo necessidade nos dias em que choveram e dias posteriores a grandes volume das mesmas.
As principais doenças observadas na região do Parecis e também no campus foram : Helmintosporiose, Mancha da pyricularia e Ferrugem puccinia.


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Figura 1 -  Área experimental do Instituto Federal de Mato Grosso, Campus Campo Novo do Parecis. Demarcação das parcelas experimentais.
DOENÇAS DA CULTURA DO MILHETO


 HELMINTOSPORIOSE- Helminthosporium spp.


SINTOMAS: Nas folhas os sintomas aparecendo nas folhas, em forma de lesões alongadas de comprimento variável, com bordos bem definidos e de coloração marrom.
EPIDEMIOLOGIA:O agente causal da doença é o fungo Helminthosporium spp.pela temperatura amena, com o fungo sobrevivendo de um ano para outro nos restos de cultura e em sementes na forma de micélio, conídios ou de clamidósporos. O patógeno é disseminado principalmente por vento, respingo de chuva, restos culturais, sementes contaminadas.em condições de alta umidade e pela temperatura amena
CONTROLE: Uso de cultivares resistentes, rotação de cultura, incorporação dos restos de cultura e eliminação das plantas de milheto remanescente ajudam a reduzir o inoculo primário do patógeno.



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Figura 2. Sintoma foliar de Helmintosporiose
Fonte: Fábio Fernandes, 2016 – IFMT - Campus Campo Novo do Parecis.


Ferrugem (Puccinia substriata var. penicillariae)
A ferrugem é considerada uma das mais importantes doenças da cultura do milheto no Brasil. Atualmente, encontra-se amplamente disseminada, com maior severidade nas áreas de plantio da região central do Brasil. Os danos causados pela ferrugem podem resultar em perdas superiores a 70% na produção de grãos e afetam significativamente a qualidade de forragens.
SINTOMAS: Os sintomas da doença aparecem inicialmente nas folhas próximas ao solo, em forma de pequenas manchas de coloração avermelhada. Essas manchas se desenvolvem, formando pústulas de até 3mm e de aspecto ferruginoso. A epiderme sobre as pústulas se rompe, liberando uma massa de uredósporos de cor avermelhada.
EPIDEMIOLOGIA: Temperaturas na faixa de 17 a 20ºC, elevada umidade relativa do ar e longos períodos de molhamento foliar são considerados como condições ótimas para o desenvolvimento da ferrugem. No entanto, a ocorrência de curtos períodos de condições climáticas favoráveis é suficiente para permitir a ocorrência de elevada severidade dessa doença, como tem sido observado em regiões áridas onde esta cultura tem sido cultivada.
CONTROLE: A principal estratégia de manejo dessa doença consiste na utilização de cultivares resistentes. Em locais onde a doença ocorre em elevada severidade, recomenda-se a realização do plantio em época desfavorável ao desenvolvimento da doença. Não existem fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o controle da ferrugem do milheto.


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Figura 3. Sintoma foliar de Ferrugem
Figura 3: Sintomas da ferrugem na folha
Fonte: Fábio Fernandes, 2016 – IFMT - Campus Campo Novo do Parecis.

Mancha foliar de Pyricularia (Pyricularia grisea Sacc.)
O fungo P. grisea é um dos principais patógenos causadores de queima foliar na cultura do milheto no Brasil. Sob condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da doença, as perdas na produtividade podem ser superiores a 50% em genótipos suscetíveis.
SINTOMAS: Os sintomas iniciais da Mancha de Pyricularia são caracterizados pelo aparecimento de numerosas pontuações (“flecks”) de coloração marrom que aumentam de tamanho e adquirem a coloração marrom escura. Com o desenvolvimento da doença, as lesões, de formato circular a elíptico, apresentam as bordas de coloração marrom escura e o centro variando de cinza a marrom claro. É frequente a presença de um halo amarelo-clorótico em torno das lesões (Figura 4). Com o tempo, o número e o tamanho das lesões aumentam, causando uma extensiva necrose da área foliar. Os sintomas podem ser também observados no colmo, na panícula e no pedúnculo.
EPIDEMIOLOGIA: desenvolvimento da Mancha de Pyricularia é favorecido por condições de clima quente (> 25°C), elevada umidade relativa do ar e ocorrência de chuvas frequentes. A severidade da doença é variável de estação para estação de plantio e é favorecida por plantios adensados.
CONTROLE: As principais medidas recomendadas para o manejo da Mancha de Pyricularia são utilização de cultivares resistentes, rotação de culturas, incorporação de restos culturais, época de plantio visando a evitar períodos cujas condições de clima são mais favoráveis ao desenvolvimento da doença, manejo de irrigação e utilização de sementes sadias e tratadas.
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Figura 4. Sintoma foliar de Mancha foliar de Pyricularia
Fonte: Fábio Fernandes, 2016 – IFMT - Campus Campo Novo do Parecis.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS




DURÃES, F. O. M.; MAGALHÃES, P. C.; SANTOS, F. G. dos. Fisiologia da planta de milheto. Sete Lagoas: Embrapa-CNPMS, 2003. 16 p. (Embrapa-CNPMS. Circular Técnica, 28).

PEREIRA FILHO., I. A.; PEREIRA, A. da S.; COELHO, A. M.; CASELA, C. R.; KARAM, D.; RODRIGUES, J. A. S.; CRUZ, J. C.; WAQUIL, J. M. Manejo da cultura do milheto. Sete Lagoas: Embrapa-CNPMS, 2003. 17 p. (Embrapa-CNPMS. Circular Técnica, 29).

BOER, C. A.; ASSIS, R. L. de; SILVA, G. P.; BRAZ, A. J. B. P.; BARROSO, A. L. de L.; CARGNELUTTI FILHO, A. C.; PIRES, F. R. Ciclagem de nutrientes por plantas de cobertura na entressafra em um solo de cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 42, n. 9, p. 1269-1276, 2007.

KICHEL, A. N.; MIRANDA, C. H. B.Uso do milheto como planta forrageira. Campo grande: Embrapa Gado de Corte, 2000. (Embrapa Gado de Corte. Gado de Corte Divulga, 46).

PERGUNTAS mais frequentes: milheto. Disponível em: <http://www.cnpms.embrapa.br/perguntas/milheto2.html>. Acesso em 10  nov. 2016.

Cereal and grass viruses: Disponível em: < http://www.scoop.it/t/cereal-and-grass-viruses > Acesso em 11  nov. 2016.

Nematódides : Agentes causais de doenças em plantas: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/giovaniarieira/nematoides-fitoparasitas > Acesso em 13 nov. 2016.

Sementes Adriana: Disponível em: <http://www.sementesadriana.com.br/produtos/milheto/adr-300-centro-oeste-e-sudeste> Acesso em 13 nov. 2016.

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