terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Girassol


VITRINE FITOPATOLÓGICA DO GIRASSOL
(Joyce Laurindo e Pedro Boniatti)


Figura 1: Apresentação a Campo.

O estaqueamento foi no dia 28/09, e o plantio dia 29. A germinação ocorreu a partir do dia 03/10, houve o desbaste populacional que foi realizado no dia 12 de outubro. No dia 24/10/2016, foi feita a aplicação para o controle da doença alternaria, sendo para o controle preventivo e curativo em diferentes parcelas com o fungicida priori Xtra®.
Figura 2: área estaqueada
Fonte: BONIATTI, pedro. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016.

Para a implantação da cultura do girassol (helianthus annus) utilizou-se a cultivar HELIO 250, apresentando características de cor preta os aquênios, sendo um híbrido simples e com uma autocompatibilidade excelente, para o TS foi necessário o Standak Top (estrobilurina + benzimidazol + pirazol), atuando como fungicida e inseticida, para as parcelas 2, 3, 4 e 5. As tais organizam-se em sequências como; a primeira parcela sem TS; a segunda com TS e depois foi submetida a aplicação de fungicida preventivo; a terceira recebeu o TS e foi submetida à aplicação de fungicida curativo; a quarta parcela somente com TS, e a quinta parcela recebeu o TS e foi submetida à aplicação de fungicida preventivo e curativo, de modo que o TS visou o controle dos patógenos presentes no solo, e as aplicações aéreas focaram-se no controle da mancha da alternaria. Para a adubação usou- se 10-30-20, em uma proporção de 0.8 kg por parcela para suprir a recomendação de 20-50-50. A adubação foliar foi feita com 20-0-20, quantidades de 0,5 kg por parcela via a lanço e o Boro via foliar com dosagem de 12 gramas por parcelas. 

Figura 3: cultura do girassol
Fonte: BONIATTI, pedro. IFMT, Campo Novo do PArecis, 2016.

No dia 28 de outubro foi feita a aplicação de engeo sendo em quantidade de 2 ml para 5 litros de água para controle da vaquinha(Diabrotica speciosa). Também houve a capina manual das parcelas. Na adubação foliar aplicou-se o 20-0-20, com a quantidade de 3 kg via a lanço. Como a cultura do girassol é recomendado a aplicação do boro,  então aplicamos 12 gramas de Boro nas parcelas, sendo o recomendado 1 kg/ha. Em virtudes a presença do nematoide Meloidogyne spp. Houve redução de tamanho de algumas plantas nas parcelas, deixando visível o tamanho variado entre parcelas. As doenças presentes nas parcelas foram Mancha da alternaria e Nematoides Meloidogyne spp. Em outras áreas do campus IFMT foi identificado à presença de Oídio e Mofo branco em tigueras de girassol.

DOENÇAS DA CULTURA DO GIRASSOL
Mancha De Alternaria (Alternaria spp.)
A mancha de alternaria é uma das doenças mais constatada na cultura do girassol, podendo ocorrer em praticamente todas as regiões do país e em todas as épocas de semeadura (KIMATI et al.,2005). É uma doença de extrema importância em climas que favoreça a seu desenvolvimento, podendo causar índices de até 100 % de perdas.
Etiologia: No Brasil são relatadas três espécies de Alternaria, sendo a alternaria helianthi, Alternaria zinniae e Alternaria alternata, consequentemente a (A. helianthi) é a mais comum e responsável por grandes perdas para o agricultor.
Sintomas: Inicialmente é caracterizada por pequenas pontuações necróticas de coloração castanha a negra possuindo um halo amarelado, que posteriormente causa desfolha precoce na planta. Também apresenta lesões na haste em forma de pontos ou riscas que evoluem para grandes áreas necróticas, podridão de capitulo, podendo causar a morte da planta. O Ponto de chegada do patógeno é primeiramente nas folhas do baixeiro que depois pode ocorrer à infecção na planta inteira.
Figura 4: Sintomas da Mancha de Alternaria na folha do girassol
Fonte: BONIATTI, pedro. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016.
Figura 5: Sintomas da Mancha de Alternaria no Caule do girassol.
Fonte: SAMPAIO, Joyce. IFMT, Campo Novo do Parecis.

Figura 6: Sintomas da Mancha de Alternaria na haste do girassol. 
Fonte: BONIATTI, Pedro. IFMT, Campo Novo do Parecis.

Figura 7: Desenvolvimento da Mancha da Alternaria no Baixeiro da planta.
Fonte: BONIATTI, Pedro. IFMT, Campo Novo do Parecis.

Epidemiologia: A principal fonte de inóculo primário é por restos culturais infectados por este fungo, por possuir uma grande capacidade de produção desses conídios, em pouco tempo podem se alastrar decorrentes do vento e chuva. Condições que são consideradas ótimas para o desenvolvimentos desses conídios são alta umidade relativa e temperaturas entre 25° a 30° graus (LEITE, 1997). O girassol é suscetível à doença durante todos os estádios de desenvolvimento, com uma fase de maior suscetibilidade desde o surgimento das anteras até o enchimento de grãos.
Controle: O fungo pode ser transmitido através da semente, e pode ser encontrado em restos culturais, sendo necessária a atenção para a sanidade de sementes e eliminação de restos culturais, para o controle da doença. Outros métodos de controle da doença podem ser adotados, seria a rotação de cultura, escolha da área de semeadura, sendo priorizadas épocas onde a incidência pluviométrica satisfaça a exigência da cultura e desfavoreça a reprodução do fungo; densidade de semeadura, indicada em torno de 40.000 plantas/hectare; e o controle químico que é indicado com fungicidas dos grupos químicos dos triazóis juntamente com as estrobirulina.


Mofo Branco (Sclerotina sclerotium)

É um dos patógenos de grande importância econômica para as lavouras de girassol de todas regiões que se tem o cultivo, podendo afetar diversas partes da planta como, raiz, colo, haste e capitulos. Não foi encontrado a doença na área experimental, porém foi encontrado na região de Campo Novo do Parecis- MT.
Etiologia: Já foram especificadas diversas formas de patogenicidade dessa espécie, dentre algumas as mais conhecidas são as Sclerotinia sclerotiorum var. hyacinthi Fr., Sclerotinia sclerotiorum var. sclerotiorum (Lib) de barry. No campo podem costumam formar estruturas de resistência chamadas de escleródios que quando em temperaturas de 10 a 25°C ficam propícios a germinação.
Sintomas: Quando identificados são diferentes, dependendo do órgão afetado. Pode ser diferenciado em três tipos; a podridão basal, que em plântulas geralmente causa morte súbita e não ocorre disseminação para as outras plantas, já em plantas próximas a floração ocorre murcha súbita sem lesões foliares, devido ao fungo infectar as raízes laterais dificultando assim que as mesmas se desenvolvam, podendo desenvolver lesões marrom clara, mole e encharcada na haste próximo ao nível do solo, também ocorre por micélios brancos em condições de alta umidade. O fungo também se desenvolve internamente e destrói os tecidos; já a podridão na porção média, ocorre nas plantas a partir do final do estágio vegetativo até a maturação, as lesões observadas na haste são semelhantes a apresentada na podridão basal, o micélio branco pode ser observado no interior juntamente com os escleródios formados e externamente, podendo causar a quebra da haste no ponto da lesão; e a podridão do capitulo  que ocorre após a floração, sendo observadas lesões escuras e encharcadas no lado dorsal do capitulo, os escleródios podem ser encontrados na parte superior do capitulo, podendo causar a desintegração deste.     Esses escleródios são formados a partir da compactação de hifas possuindo formatos e tamanhos variáveis com presença de uma casca pigmentada. 
Figura 8: Sintomas do mofo branco no girassol.
Fonte: AGUIAR, R; SAMPAIO, J; BONIATTI, P. IFMT, Campo Novo do Parecis- 2016.
 
 
Figura 9: Sintomas do mofo branco no capitulo do girassol.
Fonte: AGUIAR, R; SAMPAIO, J; BONIATTI, P. IFMT, Campo Novo do Parecis- 2016.
 
Figura 10: Área atacada pelo mofo branco
Fonte: AGUIAR, R; SAMPAIO, J; BONIATTI, P. IFMT, Campo Novo do Parecis- 2016.
Controle: Para esta doença o controle é difícil, pelo fato de que os escleródios permanecem viáveis por um longo tempo no solo, e também por que os escleródios podem ser disseminados juntamente com a semente, causando assim a infecção de áreas que poderiam estar sem a presença deste fungo. Um dos métodos indicados é a rotação de culturas com plantas que não são suscetíveis ao fungo, como as gramíneas, e evitar sucessão de culturas com soja, feijão, batata, etc. A época de semeadura também pode interferir sobre o desenvolvimento do fungo, em períodos com alta umidade favorecem seu desenvolvimento. O controle químico não tem se mostrado eficiente, tendo resultados melhores com aplicações preventivas com fungicidas de contato.


Oidio (Erysiphe cichoracearum)
 
Este patógeno ocorre em regiões tropicais. Quando presente na planta é capaz de causar a senescência em estádio de floração. Em alguns lugares e região o oídio não é tão relevante, pois não apresenta grandes danos economicamente. Não se teve a presença da doença no campo experimental, porém teve ocorrência da região de Campo Novo do Parecis- MT.
Etiologia: O oídio é causado pelo fungo Erysiphe cichoracearum sendo um parasita obrigatório, possui micélios, conidióforos e conídios do fungo. Esses conídios possui formato elipsoide com tamanho variado entre 25 a 45 µm x 14 a 26 µm. quando já em fase final do ciclo este fungo produz cleistotécios, que são estruturas negras responsáveis pela sobrevivência do fungo.
Sintomas: É caracterizado por aparecimento de micélios na parte adaxial e abaxial da folha, com uma coloração branca ou cinza, mas também é possível observar-se as estruturas em outros órgãos da planta, como pecíolo, haste, caule e brácteas. Com a evolução da doença é possível observar pontos negros nas áreas aveludadas, que são caracterizados pelos micélios.
Figura 11: Sintomas de mofo branco, parte adaxial da folha. 
Fonte: SAMPAIO, J. IFMT, Campo Novo do Parecis.
Sobrevivência: Seu modo de sobrevivência é por cleitotécios que permanecem de uma safra para a outra, e ao final do ciclo da doença forma- se estruturas negras de sobrevivência. Dissemina-se através de vento, que assim proporciona- se movimentar a longa distância.
Controle: Recomenda-se como controle a utilização de fungicidas e eliminar tigueras que servem de hospedeiro alternativo, sendo da família compositae.


NEMATOIDES (Meloidogyne ssp.)
 
Este gênero compreende a uma ampla gama de espécies, porém o M. Incognita e M. javanica é o que se estabelece na cultura do girassol associado a grandes prejuízos.
Sintomas: O nematoide presenciado nas parcelas foi o Meloidogyne spp. Sendo o maior causador de danos e prejuízos na cultura, possuem os sintomas de amarelecimento e também redução do crescimento da planta. Na região do sistema radicular é causado o engrossamento das raízes que caracteristicamente se assemelham a (galhas).
Epidemiologia: Cada fêmea produz aproximadamente 500 ovos. Este numero pode variar de acordo com o estado nutricional da planta, também por densidade populacional do patógeno dentre outros. Este Nematoide parasitam em uma ampla gama de espécies de plantas sendo elas comerciais ou daninhas, causando a dificuldade de controle. Pode ser disseminado através do preparo do solo, também por maquinários contaminados em solos que já apresentavam este nematoide. Importante também ter conhecimento que, por maus cuidados de lavagem do maquinário, ajudam com a disseminação do patógeno. Em áreas de irrigação ou até em pontos de enxurradas, onde há contaminação do nematoide, facilita a disseminação do mesmo por transporte de um local para o outro.

Figura 12: Nematoide Meloidogyne ssp no sistema radicular.
Fonte: SAMPAIO, Joyce. IFMT, Campo Novo do Parecis.

Figura 13: Nematoide Meloidogyne ssp. Em grande proporção.
Fonte: SAMPAIO, Joyce. IFMT, Campo Novo do Parecis.
Controle: São medidas que ajudam amenizar a incidência desse nematoide, prevenindo a sua entrada, tendo como exemplo; rotação de cultura com algodão, milho, amendoim e sorgo. Outra forma que pode ajudar é a adubação verde entre linhas com Crotalaria spectabilis, Mucuna preta ou Nabo forrageiro, dentre outras. Também existe o controle químico (Nematicidas) e biológico ( Bacillus subtilis), que nem sempre são eficientes se o agricultor não adotar todas as formas de controle visando desde a entrada e até a permanência do patógeno. Tudo se resume em questão de não permitir a entrada, pois uma vez que instalada na área difícil será a saída.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o presente trabalho, concluímos que com a presença destes patógenos na área de produção, o rendimento pode decair em grandes porcentagens, caso não se obter um manejo correto da doença. A mancha de alternaria é uma doença muito agravante e com danos severos, exigindo assim uma maior cautela com manejo. O meloidogyne ssp. também considerado de grande interesse econômico, por ocasionar destruição no sistema radicular da planta e impossibilitar o transporte de nutrientes para a parte aérea. Além dessas complicações, também diminui o tamanho de porte da planta. Este trabalho foi de grande importância para nós, pois adquirimos conhecimentos de manejo, para com organismo fitopatogênicos que são considerados uns dos vilões para a agricultura em todo o mundo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. Manual de fitopatologia. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. p. 477-488.
LEITE, R. Doenças do girassol. Londrina: EMBRAPA-CNSo. EMBRAPA, 1997. Circular técnica, 19.
GAZOLLA, A.; FERREIRA, C.; CUNHA, D.; BORTOLINI, D.; PAIAO, G.; PRIMIANO, I.; D’ ANDREIA, M.; OLIVEIRA, M.; PESTANA, J.; A Cultura do Girassol. Piracicaba: ESALQ, 2012.

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