terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Cana de Açúcar

VITRINE FITOPATOLÓGICA DA CANA DE AÇÚCAR

(Émerson dos S. Silva E Mateus G. Barbosa)
 
O experimento foi realizado no Instituto Federal de educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso campus Campo Novo do Parecis. Sob altitude de 562°, localizado no centro-oeste do estado, a pesquisa foi realizada no período agrícola de 2016/2017, sob Latossolo Vermelho Distrófico. Sendo equatorial e tropical o clima predominante na região, o mesmo tende a ser quente e úmido, uma vez que a temperatura média É de 24º C, e umidade média de 65%  
A cana-de-açúcar (Saccharum oficinarum) faz parte das gramíneas mais cultivadas nas regiões tropicais e subtropicais, devido sua contribuição socioeconômica, a partir da transformação do seu elevado teor de sacarose em açúcar e etanol. O experimento teve por objetivo avaliar o desenvolvimento de patógenos na cultura de cana-de-açúcar. O experimento foi realizado em cinco parcelas de 5 m. x 5m, no qual cada parcela obteve os seguintes tratamentos: a primeira sem tratamentos de toletes, a segunda com tratamentos de toletes, a terceira com tratamentos de toletes e aplicação de preventivo, a quarta com tratamentos de toletes e aplicação de curativo, e a quinta teve o tratamento de toletes mais aplicação de preventivo e curativo. 
A pesquisa teve como ponto de partida a abertura das covas, com 25 cm de profundidade e espaçamento de 1,20 m entre covas, a qual ocorreu no dia 24 de setembro de 2016.  A cultivar de cana-de-açúcar utilizada foi a RB835486, fornecida pela Cooperativa dos produtores de cana-de-açúcar de Campo Novo do Parecis – Coprodia.  Os tratamentos realizados foram feitas nos toletes, e o produto recomendado foi o Regente (Fipronil) 1g/ L, e a adubação utilizada para o plantio da cana foi de 1 kg de 5-35-22 aplicado a cada parcela distribuída entre os sulcos.

Figura 1: Abertura de covas realizado no dia de 24/09/2016
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016

 
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Figura 2: Plantio realizado no dia 26/09/2016
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016.

O acompanhamento das parcelas foi realizado diariamente, no dia 09/10/2016 iniciou-se o processo de germinação com o aparecimento de raízes nas gemas dos toletes, a emergência de algumas plântulas ocorreu a partir do dia 14/10/2016. Após um período chuvoso, houve a emergência de plantas daninhas que interferem na produção da cultura comercial, a eliminação dessas plantas ocorreu através de capina manual no dia 24/10/2016.
As primeiras variações fitopatológicas ocorreram na fase de germinação e perfilhamento, apresentando duas doenças em todas as parcelas, as doenças detectadas foram mancha parda e mancha anelar, as quais serão descritas posteriormente. 



DOENÇAS DA CANA DE AÇUCAR


Estria-Vermelha (Acidovorax avenae susp.)
As estrias vermelhas são uma doença bacteriana, que atualmente possui importância secundária, mas, com a expansão dos canaviais para locais mais quentes e com épocas de alta umidade relativa, associada a uma melhoria da fertilidade do solo, podem causar sérios prejuízos, pois algumas variedades atualmente em uso não possuem resistência satisfatória.
ETIOLOGIA: A estria-vermelha são causada pela bactéria Acidovorax avenae susp. Avenae. Outras espécies gramíneas podem hospedar a bactéria (milho, sorgo etc.), mas tem papel insignificante na epidemiologia da doença.
SINTOMAS: Estrias finas e longas nas folhas e podridão do topo do colmo. Nas folhas os sintomas evoluem para uma coloração vermelho-marrom. Com a evolução da doença, as estrias atingem o topo da planta. Posteriormente, essa região umedece e apodrece.

Figura 3: Sintoma inicial de estria vermelha
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016.

Figura 4:Sintoma inicial de estria vermelha
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016.


EPIDEMIOLOGIA: A disseminação é pelo ar e infecta através dos estômatos das folhas ou por lesões, como aquelas causadas pelo roçar das folhas entre si. A transmissão por instrumentos mecânicos e pelos toletes é rara.
CONTROLE: Não há nenhuma medida a ser tomada a não ser evitar o plantio das variedades propensas à doença em solos pesados, muito férteis, e em locais muito úmidos, como baixadas e margens de rios e utilização de variedades resistente.


Mancha Ocular (Bipolaris sacchari)
A mancha ocular é uma doença que já provocou grandes prejuízos no passado, principalmente em locais de solos férteis e com temperaturas amenas no inverno.
ETIOLOGIA: O principal causador desta doença é fungo Bipolaris sacchari. Os conídios são produzidos em conidióforos que emergem em tecidos necrosados. Possuem uma leve coloração, sendo longos afilados, curvados, possuindo entre 3 a 10 septos.
SINTOMAS: manifesta-se nas folhas, na forma de manchas redondas, o que evidencia morte do tecido vegetal. Essas manchas são, inicialmente, pardas e, mais tarde, tornam-se marrom-avermelhadas. O tamanho das lesões varia de 0,5 a três centímetros.
Figura 5: Sintomas iniciais e medianos de mancha ocular.
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016.

Figura 6:Sintoma desenvolvido de mancha ocular.
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016.

EPIDEMIOLOGIA: Sua disseminação é dada pelos fatores ambientas vento e respingo da chuva.
CONTROLE: O método mais prático para controlar a doença é o uso de variedades resistentes. Deve-se evitar o excesso de nitrogênio na adubação e o plantio de variedades suscetíveis nas margens de lagos, rios e baixadas, onde o ar frio e a neblina acumulam-se durante o inverno.

Mancha Anelar (Lepstospheria sacchari)
A mancha Anelar é encontrada em quase todos os canaviais dos Estados Brasileiros, porém não é considerada de grande importância econômica.
ETIOLOGIA: Doença causada pelo fungo Lepstospheria sacchari. Este  fungo apresenta ascocarpos imersos, globosos, marrom pálido, com um ostíolo papilar saliente.
SINTOMAS: São lesões inicialmente verde-amarronzadas, de bordos mais escuros, com halo clorótico presente ou ausente e de centro palha.
Figura 7: Sintoma inicial e mediano de manchas anelares.
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016.


Figura 8: Sintoma mediano e avançado com coalescência de manchas anelares.
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016. 

EPIDEMIOLOGIA: A disseminação de seus esporos é carregada pelo vento ou água da chuva.
CONTROLE: A utilização de variedades resistentes e evitar o plantio de variedades mais sensíveis em locais férteis, úmidos e com temperaturas amenas, parecem ser as principais medidas de controle.
Mancha Parda (Cercospora longipes)
A mancha Parda doença bastante frequente em nossos canaviais, muitas vezes confundida à distancia com a ferrugem, mas, sem relatos de perdas econômicas.
ETIOLOGIA: O fungo causador desta doença é Cercospora longipes.
SINTOMAS: o surgimento de manchas de coloração marrom-avermelhada e marrom-amarelada na superfície superior e inferior de folhas adultas. Muitas vezes, as manchas apresentam halos cloróticos em seu contorno.
Figura 9: Sintomas de mancha parda.
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016.

Figura 10: Sintoma de mancha parda.
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016.

EPIDEMIOLOGIA: O fungo esporula nas manchas e seus esporos são disseminados pelos ventos, respingos de chuva e orvalho.
CONTROLE: Devido a falta de relatos de prejuízos econômicos, o único controle recomendado é o uso de variedades resistentes.


Podridão Vermelha (Colletrotricum falcatum)
É uma das doenças mais conhecidas da cana-de-açúcar por estar associada à broca da cana e pelos transtornos provocados na indústria para a extração do açúcar.
ETIOLOGIA: A podridão-vermelha é causada pelo fungo Colletrotricum falcatum. Há observações de peritécios nas folhas mais velhas e folha em senescência.
SINTOMAS: A presença de grandes manchas vermelhas separadas por faixas mais claras ou brancas e aparece na nervura central.

Figura 11:Primeiros sintomas de podridão vermelha.
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016.

Figura 12: Sintomas avançados de podridão vermelha.
Fonte: REIS, Mateus; SILVA, Émerson, IFMT- Campus Parecis, 2016.

EPIDEMIOLOGIA: Este fungo se dissemina por meio de vento e chuva, pois com a presença de água e orvalho facilita que haja liberação de esporos, sendo carregado até as gemas do colmo, ocasionando a penetração do fungo.
CONTROLE: A forma mais eficiente de controle é o uso de variedades resistentes. Entretanto, naquelas menos resistentes, o controle da broca ajuda a diminuir pontos de infecção.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
       Com o fim do trabalho concluiu-se que o objetivo do presente experimento foi parcialmente alcançado, uma vez que a cultura de cana-de-açúcar possui um ciclo longo, e, devido a isso não foi desenvolvida até o fim, com isso as doenças de finais de ciclo (DFC), não foram apresentadas. Entretanto os resultados parciais obtidos são de fundamental importância para maior conhecimento sobre a cultura. Os principais patógenos da cultura foram diagnosticadas desde a emergência, o que desperta ainda mais o interesse comum em aprofundar os conhecimentos sobre as doenças causadas na cana-de-açúcar bem como formas de prevenir as mesmas. Já os patógenos que não se desenvolveram na cultura, devem-se ao fator climático da região, que, não proporciona o surgimento dessas.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


KIMATI, H.; AMORIM, L; REZENDE, J.A.M; BERGAMIN FILHO, A.;CAMARGO, L.E. Manual de fitopatologia. 4. Ed. São Paulo: Agronômica ceres, 2005.

ROSSETO, R.; SANTIAGO, A. D.; Doenças da cana de açúcar. EMBRAPA – Parque Estação Biológica – PqEB s/nº. Brasilia, DF.  

ROSSETO, R.; SANTIAGO, A. D.; Doenças fúngicas. EMBRAPA – Parque Estação Biológica – PqEB s/nº. Brasilia, DF.  

ROSSETO, R.; SANTIAGO, A. D.; Outras doenças. EMBRAPA – Parque Estação Biológica – PqEB s/nº. Brasilia, DF.  

FERRARI, J. T.; MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ferrugem Alaranjada.

 

Um comentário:

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