sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Amendoim


VITRINE FITOPATOLÓGICA DO AMENDOIM
(Aline Paula Dourado Turtera)

O amendoim contém uma elevada importância nutricional, sendo ele rico em óleo, calorias, proteínas e vitaminas. Para alguns países como a China, Índia, Argentina e Estados Unidos ele tem grande importância econômica integrando na produção de óleo vegetal.
    Nos anos de de 1960 o Brasil era considerado um dos maiores produtores de amendoim no mundo, no qual era responsável na produção para o mercado interno de óleo de amendoim e exportação de farelo. A partir do ano de 1970 houve o declínio da produção do amendoim, pois o produto passou a ter uma baixa rentabilidade por fatores tecnológicos e introdução da soja que dominou a produção de óleo e subprodutos protéicos. A partir de 1990 o amendoim parou de ser produzido para ser consumido em óleo e passou a ser utilizado in natura, sendo os principais consumidores as confeitarias.
A vitrine fitopatológica do amendoim (Arachis hypogaea) foi instalada na área experimental do IFMT- Campus Campo Novo do Parecis no dia 29/09/2016, no qual a semente utilizada não se tinha procedência, pois, não se tinha disponível na região cultivares para plantio. O experimento foi dividido em 5 parcelas de 5x5m cada uma, em que cada parcela foi submetida a um tratamento.
Na primeira parcela não se teve o tratamento de sementes (TS), nas segunda utilizou-se apenas o TS com o produto STANDAK TOP (200 ml p.c/100kg), sendo este, um produto do grupo das estrobilurinas. Na terceira parcela utilizou-se o TS + Fungicida Preventivo (OPERA ULTRA), com uma concentração de 0,6, visando controle da Mancha Castanha (Cercospora arachidicola H.). Na quarta parcela foi utilizado o TS, porém não se foi realizado a aplicação de Fungicida Curativo. E na última parcela (livre), teve utilização apenas do TS, sendo que deveria ter feito a aplicação do Fungicida Preventivo e Fungicida Curativo
Para o controle da vaquinha (Diabrotica speciosa), realizou-se a aplicação do inseticida TURBO, sendo o recomendado para a cultura 75-100ml. E o formulado NPK utilizado foi o (10-30-20), fornecido aos alunos pelo IFMT- Campus Campo Novo do Parecis.
Figura 1 - Área Experimental
Fonte: TURTERA, Aline. IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.



Figura 2 - Preparo das Sementes para Plantio
Fonte: TURTERA, Aline. IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.








 











Figura 3 - Aplicação de Inseticida e Fungicida na área Experimental
Fonte: TURTERA, Aline. IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.



DOENÇAS DO AMENDOIM


Mancha Castanha (Cercospora arachidicola H.)



Foi a primeira doença encontrada em campo, com cerca de 21 dias após a emergência, seus sintomas iniciais são comumente confundidos com as outras cercosporioses, por isso necessita de um certo tempo para que os sintomas fiquem mais nítidos.  Por ser uma doença da parte aérea, a mesma têm seu controle facilitado quando comparadas com as doenças causadas por fungos de solo. Porém, a importância dessa doença, tanto a mancha castanho, como a mancha em V e as demais cercosporioses não deve ser subestimada, pois, quando a incidência se dá no início da cultura e não são tomadas medidas de controle, causam desfolha e seca prematura das plantas, afetando sensivelmente a produção, causando danos de até 60%.
SINTOMAS: São observados cerca de dez dias após a instalação da doença, e com alguns dias a mais a área afetada surgem lesões necrótica circular de coloração marrom escura nos folíolos com halo amarelado e podem chegar até 12mm. Geralmente os sintomas são visualizados na parte adaxial.   
Epidemiologia: Essa doença consegue sobreviver em restos de culturas, especialmente em plantas voluntárias, também sobrevivem em sementes e vagens armazenadas. Sua disseminação é influenciada pelo potencial de inóculo (quantidade de esporos dos patógenos capazes de causar infecção no hospedeiro) e pela ação outros fatores, pelas condições meteorológicas sendo temperaturas favoráveis ao desenvolvimento do fungo e ocorrência de períodos chuvosos e até mesmo orvalho nas folhas.
CONTROLE:   é feito a rotação de culturas, pois podem reduzir a severidade das doenças, porém é necessário que as manchas foliares sejam controladas pelo uso de fungicidas com eficiência comprovada, em geral aplicados com intervalos de 14 - 20 dias. Porém, utilizando-se métodos de monitoramento e avisos climáticos, a necessidade de fungicidas para o controle da mancha castanho e das outras doenças foliares do amendoim pode ser reduzida.  Controle químico geralmente é feito com produtos a base de TEBUCONAZOLE.

Figura 4 - Sintomas Iniciais de Mancha Castanho na área experimental
Fonte: TURTERA, Aline. IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.


Figura 5 - Sintomas de Mancha Castanho  parte Adaxial e Abaxial em folhas da área experimental
Fonte: TURTERA, Aline. IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.



Figura 6 - Sintomas de Mancha Castanho na área experimental  
Fonte: TURTERA, Aline. IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.


Figura 7 - Sintomas Avançado de Mancha Castanho -
Fonte: TURTERA, Aline. IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.


Mancha em V (Leptosphaerulina crassiasca)

  A mancha em V foi a segunda doença identificada no campo. Essa doença reduz a área foliar de plantas de amendoim, principalmente no início do ciclo da cultura, entre os 30 e 50 dias.
SINTOMAS: Seu sintoma inicial se confunde com a mancha castanho, porém com o desenvolvimento da doença é possível se notar a diferença, por isso se torna bem difícil a identificação da doença em seu estagio inicial, com o passar do tempo as lesões se tornam manchas de coloração castanho escuro a partir do ápice em forma de “V”, com o vértice voltado para base da folha, circundado por um halo amarelado, e se colocada a folha contra a luz é possível se enxergar pontos de infecção .
EPIDEMIOLOGIA: A mancha em V sobrevive de um ano para outro em plantas deixadas durante a colheita ou em restos de culturas do ano anterior, sendo o seu desenvolvimento favorecido por alta umidade relativa do ar e temperaturas entre 20 oC e 30 oC.
CONTROLE: É realizado com  rotação de culturas e eliminação de restos de culturas e plantas voluntárias, o controle químico realizado para o controle da mancha castanho tem sido bem eficiente para o controle desse patógeno.
 
Figura 8 - Sintomas iniciais da Mancha em V
Fonte: TURTERA, Aline. IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.
Figura 9 - Mancha em V na parte Adaxial e Abaxial - folhas da área experimental
Fonte: TURTERA, Aline. IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.

Figura 10 - Folha parcialmente necrosada devido a infestação da mancha em V 
Fonte: TURTERA, Aline. IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.

Figura 11 - ESQUEMA DE ESTRATÉGIAS
FONTE: TURTERA, Aline - IFMT. CAMPUS CAMPO NOVO DO PARECIS – 2016



Considerações Finais

Concluiu- se com a finalização do trabalho que existem fatores fundamentais para o manejo das doenças da cultura do amendoim, sendo esses fatores a escolha de um fungicida correto, pulverização e dosagem correta, conseguir uma boa cobertura das folhas com o produto e aplicação do produto na época adequada. O intervalo entre uma aplicação e outra também deve ser respeitado, em que, se realizado o manejo de forma adequada se terá até 100% na melhoria da produção do amendoim.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


O AGRONEGÓCIO DO AMENDOIM NO BRASIL - 2013

SANTOS, R.C, FREIRE, R.M.M, LIMA M.L et al. O AGRONEGÓCIO DO AMENDOIM NO BRASIL CULTIVADAS, Vol. 02, 2013.

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